quinta-feira, 15 de abril de 2010

O corpo

O meu corpo a cada dia que passa pesa menos e a cada dia que passa pesa mais.
Pesa menos pelos quilos mostrados pela balança e pelas roupas que a cada dia se tornam mais espaçosas.
E pesa mais pela força que cada vez mais exige de mim para conseguir mantê-lo em pé.
Mas como conseguir tal façanha se o alimento só entra pela minha boca depois e muito esforço e causa tamanha repugna que meu estomago não consegue sequer imaginar mantê-lo ali?
E dessa forma como conseguir forças para levantar novamente dessa cama e enfrentar o novo dia que está por vir?
E essa febre que insiste em me acompanhar, que não é febre de resfriado, é mais profunda que isso. É uma febre de um coração partido, rejeitado, que insiste em me lembrar da dor sentida. E como dói.
E eu me entrego. Frágil, vulnerável, inteira aos meus aflitos, meus desejos, minha dor.
Tudo isso pq metade de mim é amor (despedaçado, destruído) e a outra metade também.
E como Renato Russo já dizia:
E essa febre que não passa
E o meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Você acredita em vida após o amor?

Tantas frases, tantas músicas, tantos poemas já foram escritos para falar desse sentimento que invade nosso ser e quando menos esperamos já estamos possuídos e entregues aos seus caprichos e desejos.
O amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente. (Luís Vaz de Camões)
Não!! O amor é ferida que dói e maltrata nosso coração.
O coração ferido possui o poder de despedaçar tudo o que restou do nosso corpo machucado, sugando nossas forças de tal maneira que juntar os pedaços desse corpo estirado no chão se torna uma tarefa impossível, impraticável.
Como fazer para parar essa dor?
Me ensine por favor.
Pq a beleza que ontem eu acreditava existir hoje se mostrou um imenso mar de lavas, enfurecidas, cujo calor atrai meu ser para seu interior. E eu me entrego, não consigo resistir ao seu chamado hipnotizante e tão doce como um canto de uma sereia. E assim, no momento seguinte, meu corpo está destruído, consumido pelo calor dessas chamas que em vez de aquecer queimam, fervem, borbulham. E as feridas brotam pela minha pele em carne viva. Nem o choro que antes servia para lavar a alma consegue aliviar as dores desses machucados tão intensos e tão profundos.
E você me diz que me ama?
Chega de me enganar, chega de tentar se enganar! Se é isso que é o amor, eu não quero, estou pedindo clemência e declarando abstinência total.

E Cazuza que me desculpe, mas se ontem mentiras sinceras podiam me iludir, hoje só aceito verdades completas.
E para quem assim como eu não acredita em vida após o amor, por gentileza, me ofereça um pouco desse cianureto que você possui e me permita morrer junto com essa dor.